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Adeus à neve: Meteorologia descarta novas ocorrências em SC

Frio intenso segue, mas neve já é coisa do passado em SC, segundo a previsão do tempo. (Foto: Divulgação/Sérgio Felipe Rodrigues)

Publicado em 30/05/2025

O primeiro episódio de neve do ano em Santa Catarina acumulou até 2 centímetros na tarde de quinta-feira (29), configurando uma das temperaturas mais baixas em décadas na região.

A Serra Catarinense amanheceu transformada pelo fenômeno, que apareceu nas cidades de São Joaquim, Urupema, Urubici e Bom Jardim da Serra, todas cobertas por uma fina camada branca — a primeira neve registrada no Estado em 2025.

De acordo com o meteorologista Piter Scheuer, apesar das mesmas localidades terem tido neve em 2024, o volume foi bem menor. “No ano passado, a neve ocorreu, porém com pouca intensidade. Em 2025, o acumulado foi mais expressivo, chegando a 1 ou 2 centímetros,” explica.

O engenheiro-agrônomo Ronaldo Coutinho, da Climaterra, destaca que o maior acúmulo da neve foi registrado na Serra do Rio do Rastro, em Bom Jardim da Serra, graças à altitude que ultrapassa os 1.400 metros.

Além dessa, as cidades de São Joaquim, Urupema e Urubici também registraram neve devido à elevação do relevo, todas localizadas acima dos 400 metros, conforme Coutinho.

Ele lembra ainda que não é incomum nevar em Santa Catarina já no mês de maio, antes do início oficial do inverno. “Em 2022, tivemos uma nevada mais intensa do que a deste ano. Apesar de não ser frequente, não é raro observar neve neste período,” comenta.

Quanto à possibilidade de novos episódios nos próximos dias, o meteorologista Piter Scheuer afirma que, apesar das temperaturas continuarem baixas, não há mais condições atmosféricas favoráveis para neve no Estado. “Não devemos esperar novas nevascas,” reforça.

Um dado relevante destacado por Coutinho é que a tarde desta quinta-feira (29) foi a terceira mais fria em um mês de maio registrada na Serra Catarinense. “A temperatura máxima chegou a apenas 3,9°C, com uma tarde em torno de 2,6°C. Na estação da Climaterra, a temperatura chegou a 3,1°C, a menor já registrada por lá em maio,” conta.

Segundo ele, não se via um frio tão intenso desde 1979. “Desde 1955, em São Joaquim, só tivemos três tardes tão frias como essa: em 1962, 1979 e agora em 2025,” complementa.

Recorde de 2013 ainda impressiona
Há uma década, Santa Catarina viveu a maior ocorrência de neve já documentada pela Epagri/Ciram. Entre 22 e 25 de julho de 2013, o fenômeno atingiu 126 municípios, incluindo regiões do Litoral Sul, Grande Florianópolis e Vale do Itajaí — áreas onde a neve é extremamente rara. Na Grande Florianópolis, foi a primeira vez que o evento foi oficialmente registrado.

O impacto se estendeu a outros estados do Sul e até países vizinhos, trazendo prejuízos consideráveis, sobretudo no Planalto Norte, onde houve acúmulo de neve e chuva congelada.

A ampla divulgação do fenômeno foi facilitada pela popularização de câmeras digitais e pela rapidez da internet, embora não seja possível afirmar que eventos semelhantes não tenham ocorrido anteriormente.

Esse episódio foi provocado por um ciclone extratropical próximo à costa, que, junto a um sistema frontal e a um forte anticiclone, provocou uma massa de ar frio (friagem) que atingiu até o norte do país. Esse conjunto de condições meteorológicas é considerado clássico para provocar neve no Sul do Brasil, e a intensidade dos sistemas envolvidos justificou a abrangência do fenômeno.

Neve no Brasil é rara e concentrada em Santa Catarina
O fenômeno é mais comum em latitudes médias e altas, mas no Brasil ocorre principalmente no Sul e em partes do Sudeste. Santa Catarina destaca-se por sua localização na zona temperada e por seu relevo montanhoso, com altitudes que ultrapassam 1.000 metros no Planalto.

As nevascas costumam acontecer durante o inverno, sobretudo nos meses de julho e agosto, sendo o Planalto Sul a região mais afetada, com cidades como São Joaquim e Urupema registrando os maiores índices.

Desde a década de 1990, a Epagri/Ciram acompanha o fenômeno e diferencia as nevadas brasileiras das nevascas típicas de países com climas mais frios.

 

 

 

Da redação

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