Instalação artística desafia o público com experiência interativa
O projeto reúne diferentes sons e propõe uma experiência que ultrapassa as palavras

Como nos comunicamos quando as palavras não são suficientes? Essa foi a pergunta que inquietou a artista multimídia Ruchita que, em busca de respostas, produziu a instalação RESSOE, cuja abertura será no dia 4 de junho, no Largo da Alfândega, Centro de Florianópolis. O convite, segundo a artista, é para que todas as pessoas que estiverem passando pela instalação tirem alguns minutos para serem impactadas pela rede de mensagens - não faladas - que foram trocadas entre desconhecidos (de várias partes do mundo) e são exibidas ao mesmo tempo em uma vídeo-instalação, dentro de um container. A entrada é gratuita.
Se em um primeiro momento o convite soa estranho, é importante ressaltar que estar aberto ao novo faz parte da experiência que Ruchita está propondo. Ecos, estalos, sussurros e ruídos compõem as mensagens que pessoas de lugares como Tanzânia, Chile, Colômbia, Uruguai, Espanha, Canadá e Brasil, inclusive de diversos estados brasileiros, poderão ouvir e sentir. De acordo com a curadora da obra, Kamilla Nunes, a escuta, nesse contexto, não é passiva, é uma atitude ativa, “é se abrir ao outro, ao diferente, ao que está fora e também dentro de nós mesmos”, conta.
Kamilla explica, ainda, que Ruchita convida as pessoas a entrarem em um espaço, que foi projetado e concebido pelo arquiteto Sandro Clemes, onde as palavras dão lugar a outras formas de expressão. Isso acontece principalmente ao se considerar os sons do dia a dia, o silêncio e o humming (zumbido, em uma tradução livre) que, cada um a sua forma, comunicam e criam significados específicos para cada pessoa.
Ruchita, por sua vez, ressalta que um dos principais objetivos do projeto é trazer novas mídias para o público em geral, bem como democratizar o acesso à arte contemporânea. “A ideia de levar para o centro da cidade uma vídeo-instalação gratuita e aberta ao público é, também, aproximar as pessoas da arte com performance e com vídeo-instalações”, aponta. A intenção, segundo a artista, é que todas as pessoas entendam que podem sim participar de ações artísticas, inclusive da arte contemporânea.
Entre as inspirações para a produção de RESSOE, estão artistas como John Cage, que usava os sons da vida comum em suas composições. Um conceito totalmente alinhado com o estilo de trabalho de Ruchita, focado em fotografia, instalações, vídeos e performances. Sua produção visual se baseia na experiência física e emocional como instrumento de trabalho, considerando tanto o outro refletido nela mesma quanto ela compondo a outra pessoa. Vale ressaltar, ainda, que este projeto contou com a consultoria em acessibilidade de Fernanda Rosa e Mateus Costa.
Nos últimos seis anos, a artista tem se dedicado a explorar, em sua pesquisa artística, questões existenciais de uma forma altamente pessoal, metafísica, conectada ao universo imaterial de sensações, impressões e sentimentos sobre a presença das pessoas no tempo e no espaço. Não por acaso, suas obras são uma coleção de manifestações visuais de uma jornada contínua de autodescoberta.
Da redação
Para receber notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.
Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!
Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp!
Para mais notícias, clique AQUI

Notícias relacionadas Ver todas
