Você vai amar ou odiar “O Esquema Fenício”?
Nova aposta de Wes Anderson chega aos cinemas com estética deslumbrante e críticas mistas

Já em cartaz na cidade, “O Esquema Fenício”, último filme lançado em Cannes do polêmico e hilário diretor Wes Anderson, é bate-ponto obrigatório dos cinéfilos de plantão. Dizem – e eu não afirmo – que é a produção mais superficial de toda a sua carreira. A crítica popular tacou-lhe um impiedoso, e a meu ver injusto, 2,7 na pontuação do Google que vai de 0 a 5. Mas os especialistas em telonas são quase unânimes em dizer que esta é a produção mais estilosa de Anderson, apesar da pouca substância. E de fato o filme é muito estiloso mesmo. Figurinos e cenários impecáveis, mais uma vez meticulosamente planejados, reforçando sua marca registrada ao lado de outra ainda mais impositiva: o elenco de estrelas.
Me disseram que os atores brigam para ter a oportunidade de trabalhar ao menos uma vez na vida com ele. Neste filme, repetindo a fórmula, são todos ótimos e estrelados, com destaque para o Benicio del Toro, que faz o papel principal encarnando o empresário-mafioso-excêntrico-magnata Zsa-zsa Korda e para a irônica atuação de Mia Threapleton, que interpreta a freira Liesl. Outra estrela que brilha – e de shortinho curto num cenário meio country anos 50 – é a musa de Woody Allen, Scarlett Johansson. Aí quando você acha que já viu estrelas demais, dá de cara com Tom Hanks num hilariante jogo de basquetebol. Sim, é uma comédia, acho que não citei. Uma comédia confusa, onde é difícil de acompanhar o raciocínio de Anderson, mas com cenas muito divertidas. O Esquema Fenício é caprichosamente escrito, com seu fiel parceiro Roman Coppola, mas sem dúvida se perde um pouco no enredo complexo de seguir.
Recomendo? Claro que sim! Pode não ser o melhor da carreira do diretor, mas estamos falando da genialidade de Wes Anderson, de um filme que entrou na Mostra Competitiva do Festival de Cannes no mês passado e de um elenco maravilhoso, que por si só já valem os 101 minutos de arte pura.
Assista ao trailer oficial aqui.
“O Esquema Fenício” é tudo que Wes Anderson sabe fazer — e talvez até demais.
E quem é afinal Wesley Wales Anderson?
Está rolando uma super mostra sobre a obra de Wes Anderson em Paris. Confesso que até visitá-la há duas semanas, na Cinematéque Française, pouco dominava sobre a genialidade desse cineasta. Com base em mais de 600 peças entre adereços, figurinos, storyboards, cadernos de notas, fotografias, exibição de trechos de filmes, além de documentos do acervo pessoal, a exposição traça a carreira de Anderson desde o início, na década de 1990, até os dias atuais. É uma verdadeira viagem de descobertas e segredos por trás da produção de seus filmes e as fontes que o inspiraram.
As anotações meticulosas do diretor em dezenas de cadernos tipo moleskine, perfeitamente ordenados, reconstroem clássicos dele como "A Família Tenenbaum", "Moonrise Kingdom" e "O Fantástico Sr. Raposo". Imperdível pra quem é fã, e uma verdadeira aula pra quem ainda não traduziu por completo sua obra. Meu caso.
A exposição segue em Paris até o final de julho e depois será montada em Londres a partir de novembro deste ano, no Design Museum, com o nome "Wes Anderson: The Exhibition". Se interessou? Pois saiba que os ingressos da temporada londrina já estão à venda! Enquanto isso, o fã de clube de Anderson no Brasil trabalha para que a exposição – quem sabe? – venha para São Paulo em 2026. Vamos torcer!
Para ler outras matérias da jornalista Karin Verzbickas clique AQUI
Para voltar à capa do Portal o (home) clique AQUI
Para receber nossas notícias, clique AQUI e faça parte do Grupo de WHATS do Imagem da Ilha.
Gostou deste conteúdo? Compartilhe utilizando um dos ícones abaixo!
Pode ser no seu Face, Twitter ou WhatsApp
Comentários via Whats: (48) 99162 8045
Sobre o autor

Karin Verzbickas
Jornalista conhecida por suas resenhas de filmes no Jornal Imagem da Ilha
Ver outros artigos escritos?

Notícias relacionadas Ver todas
