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Ciência mostra que pele saudável começa no intestino
O cuidado com a microbiota pode evitar inflamações e melhorar a qualidade de vida

Pesquisas mostram que o intestino tem papel central na prevenção de dermatite atópica e outras doenças alérgicas. (Freepik)

Publicado em 26/09/2025

Você tem dermatite atópica ou conhece alguém que tem? Você sabia que esse tipo de alergia pode estar ligado à formação de sua flora intestinal? Sim, a verdade é que o que comemos têm um impacto não só na saúde da nossa microbiota, mas também da pele.

A dermatite atópica é um problema crônico que afeta milhões de brasileiros. E embora tratada com cremes e até medicamentos orais, muitas vezes as crises voltam em uma intensidade indesejável. Entretanto, uma nova abordagem vem sendo cada vez mais considerada pela ciência: a relação entre a saúde do intestino e as condições da pele.

O consenso entre especialistas é que o equilíbrio da flora intestinal já no primeiro ano de vida é determinante para a prevenção de doenças alérgicas no futuro, como a dermatite atópica. Estudos sugerem que a formação deficiente da microbiota intestinal, chamada de disbiose, pode ser um fator-chave na sua patogênese, desencadeando alterações imunológicas que se refletem posteriormente na pele.

Conheça o segredo do bom funcionamento intestinal

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre 15% e 25% das crianças e cerca de 7% dos adultos no Brasil convivem com a dermatite atópica. E para o pediatra Marcello Pedreira, ter consciência de sua relação com a saúde do intestino é uma informação valiosa para quem lida com essa condição.

“É importante que as pessoas conheçam mais sobre os benefícios de uma microbiota bem formada já nos primeiros meses após o nascimento, na verdade até antes do parto, pelo alto impacto que pode ter no futuro alérgico da criança. A dermatite atópica é geralmente a primeira manifestação alérgica de uma criança com atopia”, explica o médico. Crianças que desenvolvem dermatite atópica intensa, antes mesmo dos dois anos de idade, têm um risco aumentado de desenvolver outras doenças alérgicas, como rinite, asma e alergias alimentares. 

Fatores-chave para uma pele e um intestino saudáveis

A importância dos primeiros mil dias de vida: A amamentação é o primeiro e mais importante passo para a construção de uma microbiota intestinal saudável. O leite materno possui componentes que ajudam a colonizar o intestino do bebê com microrganismos fundamentais para o desenvolvimento do sistema imunológico.

Alimentação: O consumo de alimentos "amigos" do intestino, como fibras, vegetais e fermentados, ajuda a equilibrar a microbiota. Por outro lado, o consumo de açúcar e alimentos industrializados pode criar um ambiente desfavorável, levando inclusive à inflamação intestinal.

Estresse: O estresse libera hormônios que interferem na comunicação entre o cérebro e o intestino, contribuindo para o desequilíbrio da microbiota e também para a piora dos sintomas na pele.

Probióticos: uma estratégia preventiva

Nesse sentido, o uso de probióticos, que são microorganismos "do bem", pode ser um aliado. Eles ajudam a reequilibrar o ecossistema intestinal, fortalecer a barreira das mucosas e melhorar a resposta imunológica. Estudos mostram que a suplementação da mãe durante a gravidez e a amamentação pode ser uma estratégia preventiva para reduzir o risco de a criança propensa desenvolver dermatite alérgica no futuro.

"É fundamental que as mães busquem orientação profissional para entender como a saúde intestinal pode influenciar o bem-estar do bebê. A amamentação e a suplementação adequada são ferramentas poderosas", conclui Pedreira.

A busca por uma pele saudável e, acima de tudo, por mais qualidade de vida e bem-estar para o paciente, não se restringe a cuidados externos. O avanço da ciência mostra que a saúde do corpo começa de dentro para fora, e o intestino é o ponto de partida. Com uma abordagem integrada, que une a atenção à microbiota, nutrição adequada e suplementação desde a amamentação, é possível não só atenuar os sintomas da dermatite atópica, mas também prevenir outros problemas de saúde em longo prazo.

 

 

 

Da redação

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