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O que a ciência já sabe sobre tristeza sazonal
Entenda como o frio impacta o equilíbrio emocional e conheça os exames que ajudam a identificar deficiências que afetam seu humor

Mudanças de humor durante o inverno não são apenas psicológicas: podem estar ligadas a alterações bioquímicas no organismo. (Foto: Reprodução internet)

Publicado em 15/06/2025

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais afetam mais de 970 milhões de pessoas no mundo, e fatores sazonais como a queda de temperatura e a redução da luz solar podem agravar os sintomas. Além disso, estudos publicados na Revista Brasileira de Medicina, em 2021, mostram que a deficiência de vitamina D atinge cerca de 77% da população brasileira no inverno, impactando diretamente a regulação do humor. Mas você sabia que é possível detectar sinais de comprometimento da saúde mental por meio de exames laboratoriais?

De acordo com dados da OMS, cerca de 5% da população mundial sofre de transtorno afetivo sazonal e, segundo o bioquímico Marcos Kozlowski, a análise de marcadores bioquímicos no sangue pode oferecer um panorama preciso do equilíbrio físico e emocional do paciente, especialmente em períodos de transição climática como o outono e o inverno. “Com a chegada das temperaturas mais baixas, muitas pessoas notam alterações no humor, mostrando que o frio pode ser um gatilho para sintomas mais sérios. A deficiência de vitamina D, por exemplo, é uma das mais frequentes durante o inverno, e, muitas vezes, os sintomas não são físicos, mas emocionais, como apatia, tristeza e perda de interesse. Um exame simples pode identificar esse desequilíbrio e permitir a correção adequada com suplementação ou ajustes na alimentação", destaca Kozlowski.

Principais exames recomendados para avaliar a influência do frio na saúde mental

Cortisol 

Conhecido como o “hormônio do estresse”, o cortisol é essencial para o funcionamento do organismo, mas seus níveis alterados são indicativos de sobrecarga. “Níveis elevados de cortisol podem estar associados a ansiedade e insônia, enquanto níveis baixos costumam indicar fadiga crônica ou burnout. Monitorar esse hormônio é essencial para entender como o corpo está lidando com o estresse ambiental e emocional”, comenta Kozlowski. 

Vitamina D 

Fundamental para a regulação do humor e do sistema imunológico, sua produção depende da exposição ao sol, algo escasso no inverno. “A deficiência de vitamina D tem forte correlação com quadros depressivos. No inverno, essa deficiência se torna ainda mais frequente, e muitas vezes o paciente não percebe que os sintomas de desânimo têm origem bioquímica”, afirma o bioquímico.

Ferro e Ferritina

Essenciais para o transporte de oxigênio no sangue. Baixos níveis podem gerar fadiga, apatia, irritabilidade e perda de concentração. “Mesmo sem anemia instalada, estoques baixos de ferritina já impactam a vitalidade e o funcionamento mental. A correção é simples, mas exige diagnóstico preciso”, explica Kozlowski. 

TSH e T4 Livre (Função Tireoidiana)

A tireoide regula energia, metabolismo e temperatura corporal. Distúrbios tireoidianos são comuns e frequentemente confundidos com problemas emocionais. “Alterações tireoidianas podem simular quadros de depressão, irritabilidade ou ansiedade. Por isso, sempre recomendamos avaliar a função tireoidiana em casos de sintomas persistentes”, reforça o bioquímico.

Vitamina B12

Importante para a saúde neurológica, sua deficiência pode gerar sintomas como confusão mental, irritabilidade, tristeza e até depressão. “A B12 é essencial para a produção de neurotransmissores. Níveis baixos comprometem não só o bem-estar emocional, mas também a cognição”, comenta Kozlowski.

Magnésio

Mineral essencial para a regulação do sistema nervoso, com papel importante na qualidade do sono, relaxamento muscular e controle da ansiedade. “A deficiência de magnésio está associada a quadros de irritabilidade, fadiga e insônia. É um exame pouco solicitado, mas muito revelador em casos de estresse prolongado”, explica o bioquímico.

Zinco

Contribui para a função cognitiva, memória e equilíbrio emocional. Baixos níveis estão ligados à ansiedade e depressão. “O zinco participa da síntese de serotonina, e sua falta pode comprometer o humor e a imunidade. É um exame complementar importante em avaliações de saúde mental”, afirma Kozlowski.

Homocisteína

Um marcador inflamatório que, quando elevado, pode indicar deficiência de B12, B6 e ácido fólico - nutrientes ligados à saúde cerebral. “Níveis altos de homocisteína podem sinalizar riscos neurológicos e cardiovasculares. Muitas vezes é o elo entre sintomas físicos e mentais pouco compreendidos”, finaliza o bioquímico.

 

 

 

Da redação

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