Zona de conforto ou armadilha emocional?
Especialista em comportamento corporativo alerta para os riscos da estagnação emocional no trabalho

Carteira assinada, salário fixo, rotina conhecida. Por fora, tudo parece funcionar. Mas por dentro, cresce o vazio, a frustração, a sensação de que os dias se arrastam. Esse é o retrato de muitos profissionais que, mesmo infelizes, permanecem no trabalho por medo da mudança.
“É o que eu chamo de prisão confortável. A pessoa sabe que está infeliz, mas racionaliza dizendo que tem um bom salário, benefícios e estabilidade. Só que, no fundo, ela está estagnada e isso custa caro emocionalmente”, explica Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no ambiente de trabalho.
De acordo com o especialista, esse tipo de autoengano é comum e pode trazer sintomas físicos e emocionais como ansiedade, fadiga, queda de produtividade, dores de cabeça recorrentes, dificuldades para dormir e até doenças psicossomáticas. A seguir, ele aponta os principais sinais de alerta e o que fazer para sair desse ciclo com segurança.
Reconheça seus sentimentos
O primeiro passo é admitir a insatisfação. Muitas pessoas tentam se convencer de que “isso é normal” ou que “todo trabalho cansa”, quando, na verdade, estão emocionalmente exaustas.
“Se você se sente desmotivado com frequência, vive esperando pelo fim de semana ou não vê sentido no que faz, esses são sinais claros de alerta. Ignorar esse incômodo só adia um problema que tende a crescer”, diz Cintra.
Diferencie segurança de zona de conforto
Ficar no emprego por medo do novo não é o mesmo que fazer uma escolha consciente. É importante entender o que está te prendendo: a real segurança ou o medo de perder o controle?
“Estabilidade sem propósito é estagnação. Crescer exige algum nível de desconforto. O desafio é saber quando o desconforto faz parte do crescimento e quando ele é um sintoma de paralisia”, alerta o psicólogo.
Faça um diagnóstico da insatisfação
Antes de qualquer mudança, é essencial entender a raiz do problema. O que exatamente te incomoda? A empresa? O gestor? A rotina? A função?
“Nem sempre é preciso mudar de carreira. Às vezes, mudar de empresa ou até negociar uma nova posição dentro da atual estrutura já traz alívio. O importante é identificar com clareza o que te faz mal”, afirma Cintra.
Planeje antes de agir
Sair de um emprego por impulso pode gerar arrependimentos. Por isso, o ideal é se preparar com calma: atualizar o currículo, investir em networking, conversar com profissionais da área desejada, organizar financeiramente a transição.
“Não é sobre abandonar tudo da noite para o dia, mas sim criar um plano com responsabilidade. Quando a mudança é estruturada, o medo diminui e a confiança cresce”, orienta.
Busque apoio profissional
Muitas vezes, o medo da mudança está ligado à autoestima profissional abalada ou a crenças limitantes adquiridas ao longo da vida. Nesses casos, o acompanhamento psicológico pode fazer a diferença.
“A terapia ajuda a organizar pensamentos, reconhecer capacidades e enxergar possibilidades. Mudar de trabalho pode parecer arriscado, mas viver anos infeliz também é um risco, só que silencioso”, destaca Cintra.
Da redação
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