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Entrevista: Jornalista Gonzalo Pereira fala sobre mudanças na Ponta do Leal

Foto: PMF/Divulgação

Publicado em 29/10/2019

As obras de enrocamento (proteção) de pedra na Ponta do Leal, no Balneário Estreito, em Florianópolis, tiveram início do dia 7 de outubro. O objetivo é conter a erosão provocada pela maré. Ele terá 142 metros de extensão, e irá da Rua Casemiro de Abreu até o trapiche. As obras, executadas pela empresa VMW Materiais de Construção e Demolição LTDA., vão durar dois meses e têm o investimento de R$ 262.343,00.

O jornalista Gonzalo Pereira, que atuou, em 2018, como secretário de Estado da Comunicação, é morador da região é comentou sobre recentes transformações do local em entrevista ao Jornal Imagem da Ilha. Confira:

O que te levou a encampar a causa?

A Ponta do Leal é um local pouco conhecido dos moradores de Florianópolis. Ali havia uma comunidade historicamente instalada em casebres sobre palafitas. As condições de moradia erram precaríssimas.

Após a retirada e transferência das pessoas que ali estavam a área ficou abandonada, e o trabalho das marés terminou por colocar em risco o Residencial Ponta do Leal, conjunto de prédios onde hoje vivem os antigos moradores das palafitas.

A obra de contenção da maré, além de ser uma ação de preservação de vidas e do patrimônio, agora permite o acesso à Ponta do Leal, que oferece uma das mais lindas vistas da Baía Norte e da Ponte Hercílio Luz, agora recuperada. Tenho certeza que, com a instalação de um deck ali - próxima reivindicação da comunidade - a cidade ganhará mais um ponto de contemplação da natureza e da bela costa.

Tinhas expectativa que o poder público municipal se envolvesse assim, e tão rápido?

Sou morador do bairro e sempre visitei aquele local. Me incomodava que um lugar tão bonito estivesse abandonado. O potencial de área de lazer/turismo ali é gigante, com baixo investimento público. Os gestores municipais e vereadores precisam escutar mais os cidadãos. Eles têm ótimas ideias e propostas para a cidade. Afinal de contas, ninguém conhece melhor o bairro, seus problemas e necessidades, do que a pessoa que vive ali.

As mídias sociais transformaram-se em potente canal de reivindicação dos cidadãos. Elas são uma forma que as pessoas têm de comunicar amplamente as necessidades dos bairros e regiões. Os gestores municipais que souberem prestar atenção no que é publicado ali terão uma noção muito clara do que os cidadãos desejam e procuram. Sem intermediários.

Quem mais comprou essa ideia? Associação de moradores dos prédios se envolveram?

Toda a comunidade comprou esta reivindicação. Não foi uma ideia isolada. Era um problema de muitas pessoas. E quando as pessoas se unem, tudo pode ser conquistado.

Entrevista por Hermann Byron