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Exames periódicos ajudam na detecção precoce do câncer


Publicado em 07/04/2016

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 60 mil mulheres brasileiras morreram anualmente por algum tipo de câncer, que poderia ter sido detectado precocemente, com consequente maior chance de cura, por meio de exames periódicos. Doenças como câncer de mama, maior causa de morte por câncer entre mulheres, e os tumores de útero podem ser tratadas de maneira eficaz quando descoberta precocemente. É o alerta de Jerusa Miqueloto, oncologista do Lâmina Medicina Diagnóstica, neste oito de abril, Dia Mundial de Luta Contra o Câncer.

A especialista relata que, dentre alguns métodos diagnósticos das doenças, os mais eficientes são a mamografia e a citologia oncótica (papanicolau), sendo esta última para avaliar a presença de alterações no tecido do colo do útero. “O ideal é se consultar um ginecologista pelo menos uma vez ao ano, a partir da primeira menstruação”, diz.

Com cerca de 500 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. A incidência é cerca de duas vezes maior nos países em desenvolvimento e é responsável pelo óbito de mais de 230 mil pacientes por ano no mundo. Sabe-se hoje que o surgimento do câncer do colo do útero está diretamente ligado à presença de infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). A maioria dos casos é causada por um dos 20 tipos de HPV. Destes, os tipos mais comuns são o HPV16 e o HPV18. “A vacina contra HPV é considerada hoje uma das mais importantes ferramentas no controle do câncer do colo do útero, sendo disponibilizada para meninas e meninos”, revela a Dra. Jerusa.

Especificamente para os homens, a oncologista alerta para dois exames importantes: o de próstata e o testicular. O de próstata deve ser feito a cada ano a partir dos 40, e inclui o toque retal e a medida sanguínea do PSA (antígeno específico da próstata). Se a pessoa tiver história familiar, deve iniciar este exame antes dos 40 anos. Já o exame testicular é de suma relevância, já que o câncer de testículo é o mais comum em homens entre 15 e 35 anos e geralmente tem cura, especialmente se for detectado logo. O próprio paciente deve se autoexaminar mensalmente, procurando alterações e crescimentos anormais e, se notar algo, deve procurar imediatamente um médico. O exame feito pelo médico deve ser realizado a cada dois ou três anos.

Segundo a Dra. Jerusa os homens, assim como as mulheres, devem também se submeter aos exames laboratoriais. Entre eles, os principais são: análise completa de urina, fezes e de sangue para verificar índices de lípides (como colesterol e suas frações, triglicérides), glicemia (para diagnóstico de diabetes), contagem de plaquetas, creatinina, ureia e eletrólitos (cálcio, potássio, magnésio e sódio) e radiografia de tórax. Devem fazer parte dessa avaliação geral, também, exames como eletrocardiograma, teste de esforço e ecodoplercardiograma em cores. Os resultados desses exames devem ser analisados por especialistas que acompanham o paciente e que, conforme os resultados, continuam com avaliações e exames mais específicos.

Orientações gerais

- Para homens e mulheres - Colesterol, triglicerídeos, glicose, creatinina (avalia a função renal), hemograma completo, TGO e TGP (enzimas do fígado), exame de urina, eletrocardiograma e ecocardiograma. Estes exames podem ajudar a detectar e tratar das mais simples às mais graves enfermidades. O exame de colonoscopia é indicado para homens e mulheres acima de 50 anos, para a prevenção do câncer de intestino. A periodicidade com que devem ser feitos deve ser orientada pelo médico.

- Só para as mulheres - O papanicolau é um dos exames mais importantes para a mulher e deve ser feito pelo menos uma vez por ano.  Já os exames de mamografia são indicados para as mulheres após os 40 anos de idade, salvo indicação diferente do médico.

- Só para homens – O exame de próstata deve ser feito por homens a partir dos 40 anos, mesmo sem histórico familiar e com hábitos normais de vida. Além deste exame, devem ser feitas provas de sangue, tais como de ureia e creatinina, que permitem avaliar o comprometimento da função renal, além da dosagem do PSA (uma proteína chamada Antígeno Prostático Específico), importante para a exclusão de possíveis tumores malignos da próstata.  Há ainda o toque retal, que fornece informações sobre o volume, consistência, presença de irregularidades, limites, sensibilidade e mobilidade da próstata.