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Home office e organização pessoal: a importância de andarem juntos

Foto: Reprodução

Publicado em 03/05/2021

A pandemia transformou a vida das pessoas em todos os sentidos. Com a modalidade home office implantada em quase todas as áreas e funções, para alguns colaboradores, organizar e conciliar a vida pessoal com as demandas do trabalho têm sido uma tarefa quase impossível. 

“Com certeza não é nada fácil desligar a cabeça das preocupações com o lar e com os prazos estipulados pelo chefe. No sistema home office, nem tudo são flores. Exige-se disciplina dos funcionários e confiança das empresas”, ressalta Ligia Molina, professora de Gestão de Pessoas na IBE Conveniada FGV, consultora organizacional, palestrante e coach de carreira.

Como uma tendência irreversível para muitos setores, “as empresas passaram a medir a dedicação dos profissionais não mais por suas horas de trabalho, mas por suas entregas. E, nesse cenário, a organização e autogestão devem ser expertises essenciais dos colaboradores em prol da produtividade”, comenta Ligia Molina.

Na visão dos empresários, esse sistema de trabalho significa redução de custos com a infraestrutura predial e organizacional, menos desgastes com as situações pessoais que causam impactos e conflitos entre o time, além de fazer com que as pessoas se sintam mais à vontade e satisfeitas.

Já para grande parte dos profissionais, o home office pode significar maior contato com a família, menos estresse por não enfrentarem o trânsito caótico no caminho de ida e volta ao escritório, ganho de tempo, facilidade para concluir entregas que exigem maior concentração, entre outros aspectos.

“Em contrapartida, mesmo com todos esses quesitos positivos, muitas pessoas percebem que não têm perfil para trabalhar à distância, pois com outras pessoas em casa, não conseguem focar nas atividades profissionais. Nessas situações, ‘dar conta do recado’ têm sido uma tarefa quase impossível”, explica a coach de carreira.

Para auxiliar os profissionais a lidar com todas essas transformações, a professora da IBE Conveniada FGV elenca importantes dicas para planejar a melhor forma de atuação nestas condições. Confira:

Tire o pijama

Um dos motivos pelos quais os funcionários utilizam uniformes nas empresas é para criar uma identidade visual. “Da mesma forma isso deverá acontecer na sua casa, não faz sentido ficar o dia todo de pijama”, indica Ligia Molina.

Ainda de acordo com a especialista, essa medida simples pode fazer o seu desempenho melhorar, além disso, estar vestido mais formalmente, facilita para que os moradores da casa identifiquem que você está em horário de trabalho.

Tenha uma agenda e comunique-se

Para manter a disciplina e o ritmo, organize seu horário de trabalho e de descanso, respeitando cada um deles. “Tente não realizar atividades pessoais durante o horário de trabalho. Se for algo urgente ou algum acontecimento inesperado, avise o seu líder sobre o imprevisto. Dessa forma, suas atividades poderão ser remanejadas”, recomenda a consultora organizacional.

Mantenha a calma e tente descansar

Mesmo com todos os compromissos ao redor, respeite os horários de alimentação e pausas para descanso. “De fato, não tem sido fácil manter a calma, pois as responsabilidades rotineiras, somadas ao excesso de informações vindas dos noticiários, aliadas à falta de organização de muitos trabalhadores, podem aumentar o estresse e ansiedade. Nesse cenário, descansar o corpo e a mente é uma tarefa bem complicada”, destacou.

Cuide da sua saúde mental

De acordo com a especialista, sem uma boa inteligência emocional, não será possível desenvolver nada. Nem produzir e nem organizar tarefas.

Uma pesquisa coordenada pela Fiocruz, e feita em parceria com outras instituições, divulgadas no ano passado, sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19, no Brasil e na Espanha.

Mais da metade deles - e 27,4% do total de entrevistados - sofria de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou se trataram de doenças mentais em 2019.

“Na pandemia, muito tem se falado sobre as doenças mentais. Além de impactar a vida pessoal, essas complicações resultam na desaceleração da produtividade. Ao detectar qualquer inquietação, dificuldade de concentração, insônia, pensamentos acelerados ou catastróficos, busque ajuda profissional. Cuide-se”, ressaltou.

Avalie as prioridades

“Por fim, analise todos os cenários. O que era feito antes, talvez não faça sentido agora”, finalizou a especialista e coach de carreiras ao exemplificar decisões que precisam ser tomadas hoje.

Da redação

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