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Parceria no amor e no trabalho

Nelson e Regina Essenburg fazem história na Capital: Casal compartilha com os florianopolitanos seu conhecimento sobre o mundo dos vinhos com alegria e carisma (Fotos: Acervo pessoal)

Publicado em 04/10/2021

Hoje teremos o Personagem da Semana no plural! O casal Regina, 65, e Nelson Essenburg, 72, é gaúcho e mora em Florianópolis desde 1995. Chegaram com a proposta de abrir uma loja de vinhos em uma cidade onde essa cultura ainda era muito, mas muito incipiente.

Começaram com uma pequena loja na Rua Urbano Salles, a Essen Vinhos e Congelados Artesanais, hoje, Essen Vinhos. Cinco anos depois, já em parceria com a Decanter Importadora, de Blumenau, mudaram-se para uma loja um pouco maior na esquina da mesma rua. Mas, logo, o novo espaço se mostrou pequeno, tal a evolução da empresa.

Conversamos com Regina e Nelson sobre a resiliência da dupla e a evolução do negócio na cidade.

1) Regina, a Essen Vinhos começou bem pequena. O que você traz de recordação do primeiro espaço de vinhos da cidade?

Um projeto audacioso para a época: vinhos brasileiros e congelados artesanais. Um espaço realmente pequeno, mas convidativo e com grandes ideias. Uma mesa de madeira com dois bancos no centro da loja, salames e copas pendurados no teto como nas cantinas.

2) Nelson, vender vinho em Florianópolis, em 1995, era muito difícil? Por quê?

A cultura do vinho praticamente não existia, assim como o hábito de oferecer a bebida em restaurantes. O desafio era enorme, um trabalho muito grande pela frente. Como vender geladeira no Polo Norte.

3) O que mais marcou o casal nos primeiros 5 anos de mercado na Capital? A partir de quando começaram a atender aos restaurantes? Alguma lembrança inusitada que possa compartilhar?

Era impressionante como as pessoas vinham conhecer o espaço, motivadas pela curiosidade em conhecer aquele pequeno cantinho com vinhos, congelados e iguarias desconhecidas como coxas de rã, carpaccio, escargot, ris de veau, tartufo, foie gras catarinense e outros. As primeiras carnes embaladas a vácuo, as pizzas congeladas que encantavam os clientes. Os primeiros cursos de vinhos, ministrados por enólogos das vinícolas Valduga, Geisse e Dal Pizzol, parceiras até hoje.

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Na primeira loja, com o ainda incipiente mercado de vinhos, a dupla foi conquistando pouco a pouco seus clientes

 


Na segunda loja, mais ampla e com mix ainda mais completo, a dupla ampliou o universo de clientes   

 

 

     Foi nesta 2ª loja que Nelson e Regina recepcionam o cantor Ed Motta

 

4) Quando e como decidiram que já era tempo de mudar de espaço? Como foi o início dessa nova fase?

A primeira mudança foi no ano de 2000, pela necessidade de um espaço que pudesse comportar duas empresas distintas – a Essen Vinhos e a Decanter Filial Fpolis. Em 2006 veio a segunda mudança, para a Hermann Blumenau, em função do aumento do portfólio e da demanda.

 

Na 2ª loja, no início dos anos 2000, com mais espaço se inicia a parceria com a Decanter Importadora
 

5) Na nova loja os negócios progrediram, mais restaurantes, cartas de vinhos… como o negócio evoluiu?

Assessoria para restaurantes – da Carta de Vinhos ao treinamento das equipes, sempre fez parte do nosso trabalho. Um portfólio amplo, contemplando vinhos brasileiros e de diversos países, permitia a criação de Cartas de Vinhos completas e versáteis. Os clientes compravam vinhos na loja e consumiam nos restaurantes, e vice-versa. A presença nos eventos era cada vez maior, assim como a confiança dos clientes no nosso trabalho.

6) No aniversário de 10 anos da marca, vocês fizeram uma festa icônica em uma mansão no alto do morro da Lagoa! Como foi esta experiência? Valeu?

Uma experiência inesquecível, com a vinda de todas as vinícolas com quem trabalhávamos, num formato de Festival com vinhos e gastronomia – também inovador naquele contexto. Quem esteve presente, não esquece.

7) O mercado atual está muito diferente do início da Essen. Agora temos os supermercados passando a importar direto, e criando uma grande concorrência. Como você vê este novo momento? O que uma loja especial pode oferecer ao cliente?

Por um lado, a necessidade de inovar e apresentar produtos de primeira linha, alguns exclusivos, além de um atendimento diferenciado. Cestas elaboradas com muito empenho e com toque de natureza, enriquecem o conjunto. Por outro, a oportunidade de atendimento aos Supermercados e Distribuidores - como algumas marcas são representadas, diversos rótulos estão nesse segmento por nosso intermédio. 

No espaço atual, ampla diversidade de produtos e na sobreloja, o Wine Bar da Decanter/Florianopolis 
 

8) A parceria com Decanter Importadora, além do novo espaço, trouxe os benefícios de ter uma linha de produtos mais segmentada e complexa, para atender ao cliente. Como você vê a evolução deste mercado, ele permanece fiel à boas marcas de vinhos e espumantes?

Trabalhamos muito pela cultura do vinho, crescente a cada dia. Desenvolvemos juntos o mercado e novos produtos que chegavam gradativamente. Ao mesmo tempo em que o consumidor procura as marcas conhecidas, de qualidade, também está aberto às novidades e tendências de mercado.

9) Qual foi a maior adversidade encontrada nos primeiros anos? E ultimamente?

Nos primeiros anos, conquistar um público interessado em consumir vinhos brasileiros. Há quatro anos, um incêndio que destruiu a estrutura da loja foi um acontecimento que marcou a força e unidade da equipe. Um momento de superação. Recentemente, os efeitos da pandemia e a presença do comércio informal constituem grandes adversidades.

10) Qual a expectativa para os próximos 5 anos?

Continuar sendo referência no mercado com vinhos, delicatessen e cestas personalizadas. Oferecer experiências marcantes para os clientes, acompanhando as tendências e trazendo inovações.

Da Redação

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Sobre o autor

Hermann Byron

Diretor geral do Imagem da Ilha, e um dos colunista de gastronomia do jornal.


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