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O estigma da obesidade e o uso dos chás emagrecedores

O uso indiscriminado de chás e ervas aumentam as chances de problemas hepáticos graves, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia (Foto: Reprodução/Internet) **Clique na imagem para ampliar

Publicado em 25/03/2022

A obesidade é uma doença crônica, complexa, multifatorial, recidivante e progressiva, com prevalência elevada e crescente no mundo e no Brasil.

Há ainda uma dificuldade na prevenção e do controle da obesidade e as pessoas com excesso de peso ainda continuam sendo responsabilizadas pela sua condição. Embora a obesidade tenha evoluído consideravelmente nos últimos anos e, paralelamente, os estudos e pesquisas sejam comuns na sociedade e mesmo entre profissionais da saúde, existe o preconceito contra o paciente, a doença e o próprio tratamento da obesidade.

Contudo, esse estigma com a obesidade tende a estimular a busca por tratamentos sem comprovação científica, como chás e suplementos, vendidos muitas vezes com slogan de serem “produtos naturais”. O problema é que muitos desses produtos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), são desprovidos de estudos de eficácia e segurança, podendo ter efeitos colaterais graves e, inclusive, levar à morte. Como já vimos na mídia os lamentáveis casos de complicações graves e óbitos pelo uso de produtos direcionados para perda de peso divulgados e vendidos livremente na internet e nas redes sociais.

Desde o início da humanidade, os chás e ervas sempre foram muito usados, e esse uso vem aumentando ao longo dos anos. O uso indiscriminado de chás e ervas aumentam as chances de problemas hepáticos graves, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia.

A pesquisa “Obesidade e a Gordofobia 2022 - Percepções” realizada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e S[indrome Metabólica - ABESO e pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM, mostrou que  85,3% dos participantes relataram ter sofrido constrangimento por causa do seu peso, que foi mais intenso quanto maior o grau de obesidade.

A pesquisa também mostrou que 93,6% dos participantes já tentaram perder peso, sendo 55,7% no setor privado, 31,3% por conta própria e apenas 12,9% no Sistema Único de Saúde. Dentre os participantes que tentaram perder peso por conta própria, a maioria tentou através de dieta e exercício físico (63,2%), mas 18,7% fizeram uso de chás, produtos vendidos na internet, fitoterápicos e medicamentos sem prescrição médica. Esse dado preocupa as autoridades médicas, pois as pessoas arriscam a própria vida, e essa situação é considerada de forte impacto negativo sobre a saúde pública.

O caminho para a redução do preconceito e a melhora no cuidado das pessoas com obesidade é tratar a doença com respeito para que os pacientes busquem orientação com os profissionais de saúde e evitem tratamentos sem respaldo cientifico e por conta própria.

Sobre o uso de chás e outras substâncias, a orientação ideal é procurar um especialista e fugir das promessas que estão na Internet.

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