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O que é real? Exposição provoca sentidos e reinventa o olhar

Data: 08/05/2025

No dia 08/05 (quinta-feira) a partir das 19h a Galeria Berlin receberá a sua primeira exposição coletiva, trata-se da Exposição NOITES VERTICAIS que reunirá 12 artistas com as mais diversas técnicas.

A exposição com curadoria de Kamilla Nunes reúne os artistas ANA DA NOVA, ANAMARIA BRÜGGEMANN, ANDREI DETONI, CAMILA SAAVEDRA, CLAUDIO MOREIRA, ILCA BARCELLOS, JESSICA PELLEGRINI, JULIANA HOFFMANN, MARY AKEMI, NESTOR JR, O TROPICALISTA e SONINHA VILL.

Noites Verticais propõe uma reflexão sobre a fabulação de paisagens, não apenas como cenários visíveis, mas como construções subjetivas que se entrelaçam com nossa percepção do mundo. Aqui a fronteira entre o onírico e o realismo mágico se desfaz, surgindo mundos que se firmam no reconhecível, mas que escapam, aos poucos, à lógica do real.

A ideia desta exposição explica a curadora, veio de um poema de Ana Cristina Cesar, “Navegação da palavra”: as palavras bocas e ouvidos / as palavras hálitos bravios: / velas pandas nas noites / verticais. A imagem náutica desses versos sugere palavras como barcos à deriva, movendo-se ao sabor do vento, enquanto “noite vertical” evoca um oceano-espaço infinito.

Tal como na noção de deserto, de Deleuze e Guattari, essas noites verticais se apresentam enquanto espaço infinito de potência, um território onde o chão é instável e, por isso mesmo, fértil para o novo.

É nessa paisagem sem cercas que se propõem outros modos de existir — livres, moventes, criativos. O deserto dessas noites verticais é também resistência — não ao mundo, mas ao que nele se repete como regra. É fuga das formas rígidas, é lugar onde o pensamento ousa. Não há destino fixo: há movimento, transformação. Nele, a arte encontra seu campo, e o desejo, seu vento. Criar no deserto é aceitar o risco de não saber o próximo traço, mas ainda assim traçá-lo.

Ao explorar essas dimensões, as obras sugerem que a paisagem não é fixa, e sim um processo em constante construção, recriação e movimento, moldado pela experiência do tempo, da política, da economia e do espaço.

Esculturas, desenhos, aquarelas, pinturas, fotografias e objetos operam, aqui, como elementos vivos, atravessando o espaço expositivo e abrindo um abismo silencioso onde se acumulam as camadas do não-dito e do não-visto. Ecos de um pensamento fugidio, paisagens que se dissolvem à medida que as observamos, oscilando entre o concreto e o intangível, movimento invisível onde o sonho, com sua lógica insuspeita, nos arrasta para lugares inesperados — uma descida ao abismo, uma ascensão sem forma; o que se busca não é jamais encontrado, mas transformado à medida que é percorrido.

Entrando nestas Noites Verticais, tencionamos abrir espaço para a invenção, para subjetividades que não cabem em moldes. Propomos a travessia noite adentro, onde cada passo é também gesto de liberdade. Nesta noite-deserto-oceano vivo brota a chance de ser de outro jeito, de pensar e fazer fora das rotas marcadas, de escapar às promessas prontas, de caminhar onde os rastros somem, e, no apagamento, vislumbrar começos.

 

 

 

 

Da redação

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