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Fraude cresce entre beneficiários do INSS: Saiba como

Falta de acesso à informação e ao mundo digital transforma beneficiários em alvos fáceis para fraudadores. (Foto: depositphotos.com / rmcarvalhobsb)

Publicado em 21/05/2025

Mais de 4 milhões de aposentados e pensionistas no Brasil estão sendo vítimas de um novo tipo de golpe que explora a desinformação e a baixa familiaridade com tecnologia. Segundo levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), 42,4% dos aposentados e pensionistas ouvidos afirmaram desconhecer o aplicativo ou site “Meu INSS”, e outros 25,1% disseram conhecer a ferramenta, mas nunca a utilizaram. O dado expõe a vulnerabilidade de um grupo significativo da população, especialmente os que vivem em áreas rurais ou com pouco acesso à internet.

Esses beneficiários — que representam cerca de 10% do total de aposentados e pensionistas do país — relatam descontos indevidos em seus contracheques vinculados a contratos com entidades que nunca autorizaram. Em uma pesquisa preliminar, 97% dos entrevistados com contratos ativos disseram não ter autorizado os débitos registrados. A situação se agrava diante da atuação de criminosos digitais que se passam por atendentes do INSS para aplicar golpes por telefone ou mensagens de texto (SMS).

A fraude geralmente ocorre da seguinte forma: os golpistas entram em contato com a vítima, solicitando informações pessoais sob o pretexto de “liberação de valores”, “confirmação de dados” ou “reembolso de taxas”. Muitos beneficiários, sem conhecimento prévio das práticas oficiais do INSS, acabam fornecendo dados sensíveis ou realizando transferências bancárias indevidas.

Para João Fraga, CEO da techfin Paag, essa  faixa-etária é um alvo fácil para os golpistas, devendo cada vez mais órgãos públicos investirem em tecnologias de proteção. “A segurança é um componente fundamental para o desenvolvimento de um sistema de pagamentos confiável e eficiente, especialmente com o crescimento do uso de plataformas como o Pix. Diante disso, é inevitável  o compromisso de investir em tecnologias de proteção que criem soluções e monitorem a conformidade regulatória de forma eficaz”, afirma o especialista.

A situação exige não apenas uma resposta técnica, mas também medidas de acessibilidade e inclusão digital. O Brasil, com sua vasta extensão territorial, ainda enfrenta grandes dificuldades em garantir acesso estável à internet e ao uso de smartphones por parte da população idosa. Mesmo com acesso, muitos usuários encontram dificuldades em navegar pelas plataformas, que nem sempre são intuitivas.
Ana Vitória, especialista em segurança digital e cibersegurança da keeggo, alerta sobre a importância da prevenção: “A internet oferece infinitas oportunidades, mas também abre portas para ameaças digitais. Manter-se informado e adotar medidas simples fazem toda a diferença”. 

Para evitar golpes e proteger seus dados, os especialistas orientam que nunca forneça informações pessoais por telefone, SMS ou redes sociais, desconfie de qualquer pedido de pagamento antecipado para “liberação” de valores.

A especialista em segurança digital explica que a conscientização é de suma importância para manter uma navegação mais tranquila. "Segurança digital não é um evento, mas uma prática contínua. Esteja sempre atento e priorize a proteção de seus dados e dispositivos", conclui.

Não clique em links enviados por desconhecidos, mesmo que pareçam oficiais, utilize senhas fortes e nunca compartilhe com terceiros, mantenha o aplicativo “Meu INSS” atualizado e utilize autenticação em duas etapas sempre que possível.

Se o beneficiário apresentar qualquer tipo de deficiência — visual, motora, cognitiva ou for neurodivergente — a recomendação é que apenas um parente próximo, tutor ou responsável legal auxilie no uso da plataforma, evitando a exposição indevida de senhas e informações pessoais. Em resposta à crescente demanda por atendimento mais acessível, o Ministério da Previdência e a Dataprev estão desenvolvendo um sistema para viabilizar o compartilhamento seguro de dados com os Correios e a Caixa Econômica Federal. A iniciativa visa ampliar os canais de atendimento presencial para beneficiários que têm dificuldade de acessar a plataforma digital. A expectativa é que o sistema entre em funcionamento nos próximos dias.

“Essas medidas não apenas protegem os aposentados, mas também promovem um ambiente de transações mais seguro, reduzindo o risco de fraudes. Com um monitoramento mais rigoroso, as operações poderão ser realizadas com maior tranquilidade, sabendo que estão amparados por um sistema que prioriza sua segurança", reflete João Fraga.

 

 

 

Da redação

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