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É com pesar que o mundo se despede de José Alberto Mujica Cordano, mais conhecido como Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai e uma das figuras mais admiradas da política contemporânea. Mujica faleceu nesta terça-feira, 13 de maio, aos 89 anos, em Montevidéu, deixando um legado profundo de compromisso com a justiça social, a simplicidade e a integridade.

Mujica foi uma figura única, cuja trajetória política foi marcada por uma imensa coragem e dignidade. Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, ele iniciou sua jornada como guerrilheiro no movimento Tupamaros, um grupo de resistência à ditadura cívico-militar que governou o Uruguai entre 1973 e 1985. Durante sua militância, Mujica foi preso por diversas vezes, sofrendo sérias torturas e vivendo em condições extremas durante seus 14 anos de cárcere. Apesar de sua dura experiência, manteve-se firme em seus ideais.

Com a redemocratização do país, Mujica abandonou a luta armada e se voltou para a política institucional, integrando o partido Frente Ampla. Sua atuação parlamentar começou com a eleição para deputado em 1994 e se estendeu à presidência do Uruguai, cargo que ocupou de 2010 a 2015. Em sua gestão, Mujica destacou-se por sua postura aberta, sua crítica ao consumismo e sua defesa intransigente dos direitos humanos e da igualdade social.

Além de sua liderança política, Pepe Mujica foi reverenciado por seu estilo de vida austero. Recusou o luxo do palácio presidencial e escolheu viver em uma pequena chácara nos arredores de Montevidéu com sua esposa Lucía Topolansky. Essa escolha refletia sua visão de que a verdadeira riqueza não reside nas posses materiais, mas na qualidade das relações humanas e no compromisso com o bem-estar coletivo.

Mujica foi responsável por algumas das reformas mais progressistas na história recente do Uruguai, incluindo a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a descriminalização da maconha e a aprovação da lei do aborto. Suas decisões nem sempre foram unânimes, mas sempre foram fundamentadas em uma visão pragmática de uma sociedade mais justa, onde as políticas públicas estão ao serviço do cidadão, sem discriminação ou exclusão.

O ex-presidente uruguaio deixa um vazio imenso no cenário político da América Latina, mas seu exemplo de vida continua a inspirar aqueles que acreditam em um mundo mais justo, humano e solidário. A memória de José Mujica será eternamente lembrada como um símbolo de coragem, simplicidade e luta pela liberdade.

Nos solidarizamos com sua família, amigos e com o povo uruguaio, que perdeu um líder que será lembrado por sua honestidade, sabedoria e profundo respeito pela dignidade humana.

Da redação

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