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Mesas redondas tornam os lares mais acolhedores
Mais do que decoração, o formato da mesa interfere diretamente na qualidade das relações familiares e no bem-estar emocional

Estudos apontam que mesas redondas promovem empatia, escuta ativa e vínculos mais fortes entre os moradores de uma casa. (Foto: Homedock)

Publicado em 14/05/2025

Quando foi a última vez que você se sentou à mesa com as pessoas que ama e sentiu que o tempo desacelerou? Que o riso fluiu com mais leveza, os olhares se cruzaram com mais frequência e o sentimento era de presença verdadeira? A resposta pode estar no formato da mesa.

Segundo a psicóloga Daniela Costa, ambientes afetivos são cuidadosamente desenhados para favorecer vínculos e acolhimento. “A mesa redonda é, sem dúvida, um dos símbolos mais poderosos da união. Não há cabeceira, ninguém está em destaque, todos ocupam o mesmo centro. É uma arquitetura de igualdade, que promove escuta, partilha e conexão”, afirma.

Estudos recentes publicados no Journal of Environmental Psychology mostram que formas curvas, especialmente as redondas, são percebidas como mais agradáveis, suaves e seguras pela psique humana. “Elas ativam regiões cerebrais associadas à empatia, à receptividade e à sensação de pertencimento. Em contraste com as formas angulosas e retas, que remetem à hierarquia e ao distanciamento, as curvas acolhem, envolvem e convidam à interação”, explica Costa.

No contexto doméstico, isso tem um peso ainda maior. A mesa de jantar ou da cozinha é muitas vezes o coração da casa, onde as histórias são contadas, onde as brigas se dissolvem em risadas, onde os filhos aprendem a ouvir os avós e onde os casais voltam a se olhar nos olhos. “Quando posicionamos uma mesa redonda em um ambiente, estamos desenhando um convite implícito para o afeto circular. A conversa flui melhor, todos se sentem parte e isso impacta diretamente na qualidade emocional das relações familiares”, afirma.

Além disso, as mesas redondas favorecem o fluxo de energia no espaço, criam equilíbrio visual e evitam barreiras físicas e simbólicas entre os membros da casa. Elas funcionam como pontos de encontro espontâneos, sejam para uma refeição em família, um café da tarde entre amigos ou um jogo de cartas em um domingo preguiçoso.

O impacto é ainda mais evidente em lares onde a rotina é corrida, onde os moradores quase não se cruzam ou vivem imersos em telas. Trazer de volta o hábito de se sentar juntos, de partilhar histórias ao redor de uma mesa que simboliza acolhimento, pode ser um passo transformador. “É um gesto simples, mas profundamente restaurador. Resgata o ritual da convivência e ajuda a reconstruir vínculos emocionais fragilizados pelo excesso de pressa e distração”, completa a especialista.

A mesa redonda, além de um móvel, pode ser vista como uma metáfora da vida que desejamos cultivar: sem arestas, com espaço para todos, onde ninguém fica de fora. Ela representa o retorno ao essencial, o encontro verdadeiro, a comida dividida, o silêncio respeitado e o riso compartilhado.

“Em tempos em que o lar precisa voltar a ser sinônimo de abrigo emocional, talvez a forma mais amorosa de recomeçar seja também a mais simbólica: se reunir ao redor de uma mesa redonda e deixar que o afeto encontre seu lugar”, finaliza Daniela.

 

 

 

Da redação

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